EM MANUTENÇÃO

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

As lembranças são...

Como cantavam os Trovante naquele bonito poema do João Gil:
As memórias são
Como livros escondidos n
o pó
As lembranças são
Os sorrisos que queremos rever, devagar
... É de memórias e lembranças que vive esta historia. Esta história que é uma memória. Uma lembrança.
Entre as memórias, ficam vincadas lembranças que recordamos quando menos esperamos. Vêm a nós por intermédio de uma musica, de um toque, de um cheiro...
No outro dia ao entrar numa perfumaria, sobressaiu entre todos os aromas um que fez tocar as campainhas no meu cérebro. Lembrei-me de uma certa noite e do toque de seda de uma mulher. Lembrei-me nitidamente dos arrepios que me percorreram o corpo quando senti pela primeira vez as suas mãos, tocando-me suavemente. A vontade de a tocar também. Lentamente, e um pouco a medo, comecei a tocá-la também, a sentir as suas curvas... nunca pensei que pudesse sentir uma onda de desejo tão avassaladora por outra mulher.
Deixei-me levar num turbilhão de sensações, enquanto ela me tocava nos seios, e eu nos dela. Uns seios lindos, macios como seda, volumosos... que excitação.
Foi então que, sentindo-me mais ousada, comecei a lambê-la nos seios, desci a minha língua pelo seu ventre, e ela guiou-me para a sua gruta húmida e deliciosa. O seu gosto ficou-me marcado na memória. Instintivamente, eu que nunca tinha estado com uma mulher, soube o que fazer. Passei a minha língua delicadamente pelo seu clitóris, suave e ritmadamente, chupando, mordiscando ocasionalmente, ao mesmo tempo que a penetrava com os meus dedos. Mais uma surpresa... Senti que lhe estava a dar um prazer enorme, na maneira como o seu corpo se moldava a mim e me guiava, aumentando o ritmo, implorando-me entre suspiros abafados que eu lhe desse mais. Senti o seu corpo vibrar, na ponta da minha língua, ao toque dos meus dedos. Explodir em ondas de prazer, que a projectavam de encontro a mim.
Foi o cheiro do seu corpo que senti penetrar em mim. Foi aquele odor doce que me transportou de volta àqueles momentos, em que voltei a sentir o toque dos seus dedos no meu corpo, a sua língua me percorreu por inteiro, ali naquele momento fiz uma viagem no tempo. Viagem que foi interrompida pela empregada da perfumaria que me perguntou se estava tudo bem. Respondi que sim, um pouco à deriva. Disfarcei, olhei-me ao espelho e reparei que os meus olhos brilhavam. As faces estavam rubras e queimavam. Estava em chamas. E não era só a face, posso garantir.

Terra (a recordar)

(Imagens retiradas da Net)

2 comentários:

the.west.couple disse...

sem duvida,assustador,mas deveras proveitosa a experiencia..Pra mais tarde recordar?
beijinhos e abraços ;)

Afrodite e Eu disse...

Adorei esta lembrança deixaste-me cheia de vontade.

Afrodite

Adoro-a quando tem estas vontades que quem paga sou eu - Obrigado

Carinhos
Afrodite e Eu